
Tratamento da obesidade
A obesidade é uma doença crónica e complexa que requer uma abordagem personalizada e baseada em evidência científica para uma gestão adequada.
É tempo de pôr os pontos nos i’s e encarar a obesidade como ela realmente é: não é uma questão estética, nem um sinal de fraqueza ou falta de força de vontade. E, definitivamente, não se resolve com o clichê de “come menos e mexe-te mais”. A obesidade é uma doença crónica e complexa, que merece ser abordada como outra doença qualquer – com seriedade e compreensão.
Com o apoio do seu médico, a obesidade tem tratamento.
A obesidade foi oficialmente reconhecida como uma doença em Portugal desde 2004 e é fundamental que a tratemos como tal. A obesidade é classificada como uma condição crónica, progressiva e multifatorial, marcada pela acumulação anormal ou excessiva de gordura corporal (adiposidade), que compromete a saúde. Contudo, a sua complexidade é maior do que aparenta.
As doenças crónicas são condições que se prolongam ao longo da vida, exigindo cuidados contínuos e resultam de interações entre fatores biológicos, genéticos e ambientais. A obesidade enquadra-se perfeitamente nesta definição, pois envolve alterações nos mecanismos do corpo relacionados com a energia, o apetite e o armazenamento de gordura.
Tal como acontece com outras doenças crónicas, como a diabetes ou a hipertensão, a obesidade também requer um diagnóstico médico adequado e um tratamento especializado. No entanto, muitas vezes, o seu impacto é subestimado e o acompanhamento médico é insuficiente. Mas, se procuramos apoio médico para doenças como a diabetes ou hipertensão, por que não fazemos o mesmo com a obesidade?
A obesidade é frequentemente explicada de forma simplista como um desequilíbrio energético, em que o consumo de calorias supera o gasto pelo organismo. No entanto, as causas desta doença são bastante mais complexas, resultando de uma interação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Por exemplo, algumas evidências apontam para características hereditárias que interferem nos mecanismos do corpo responsáveis pelo metabolismo e pela regulação do peso. Saiba mais sobre as causas da obesidade aqui.
Para obter um diagnóstico formal, é essencial conversar com o seu médico. No entanto, existem formas simples de avaliar se vive com obesidade: calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) e avaliar a Relação Cintura-Altura (RCA).
O IMC é uma ferramenta que mede a relação entre a altura e o peso. Estes são os parâmetros:
Se os resultados indicarem excesso de peso ou obesidade, é recomendável complementar a avaliação com a Relação Cintura-Altura para entender melhor os riscos associados.
A Relação Cintura-Altura é calculada dividindo o perímetro da cintura pela altura e pode indicar o risco cardiovascular relacionado com a distribuição da gordura no corpo.
O IMC (de forma isolada) permite apenas fazer o rastreio da obesidade, não sendo capaz de avaliar a distribuição da gordura corporal, um fator que pode indicar o risco de problemas relacionados com o coração. Para isso, é essencial calcular a RCA.
Se os resultados causarem preocupação, procure o apoio de um médico para ter acompanhamento adequado.
O excesso de gordura corporal é o sinal mais evidente da obesidade, mas os seus impactos vão muito além do que se vê. A obesidade faz-se sentir nas tarefas do dia a dia, tornando momentos simples em grandes desafios. Subir umas escadas pode parecer difícil, uma caminhada com amigos pode deixar-nos sem fôlego e brincar com os filhos pode gerar frustração, por não conseguirmos acompanhar o ritmo. Estas dificuldades podem levar à sensação de que as pequenas alegrias da vida estão perto, mas fora de alcance.
Além do impacto nas rotinas diárias, a obesidade aumenta o risco de muitos problemas de saúde que afetam praticamente todos os sistemas do corpo. Entre os sintomas mais comuns estão:
Reconhecer os sintomas e as complicações associadas à obesidade é um passo fundamental para pedir ajuda e melhorar a sua qualidade de vida. Se identifica alguns destes sintomas ou já enfrenta alguma destas complicações relacionadas com o excesso de peso, procure orientação médica.
Gerir o peso não tem de ser um caminho solitário
Como vimos, a obesidade é uma condição crónica e complexa e, por isso, requer uma abordagem personalizada e sustentada por evidência científica. Embora não exista uma solução única para todas as pessoas que vivem com obesidade, estudos identificam três pilares fundamentais no seu tratamento: mudanças comportamentais, terapias farmacológicas e intervenções cirúrgicas. Descubra mais aqui!
Explorar as opções disponíveis junto do seu médico é essencial para definir a estratégia mais adequada às suas necessidades e objetivos, garantindo um acompanhamento direcionado e eficaz.
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