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O que é a obesidade?

É tempo de pôr os pontos nos i’s e encarar a obesidade como ela realmente é: não é uma questão estética, nem um sinal de fraqueza ou falta de força de vontade. E, definitivamente, não se resolve com o clichê de “come menos e mexe-te mais”. A obesidade é uma doença crónica e complexa, que merece ser abordada como outra doença qualquer – com seriedade e compreensão.

3 min. leitura
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Com o apoio do seu médico, a obesidade tem tratamento.

O que é realmente a obesidade?

A obesidade foi oficialmente reconhecida como uma doença em Portugal desde 2004 e é fundamental que a tratemos como tal. A obesidade é classificada como uma condição crónica, progressiva e multifatorial, marcada pela acumulação anormal ou excessiva de gordura corporal (adiposidade), que compromete a saúde. Contudo, a sua complexidade é maior do que aparenta.

As doenças crónicas são condições que se prolongam ao longo da vida, exigindo cuidados contínuos e resultam de interações entre fatores biológicos, genéticos e ambientais. A obesidade enquadra-se perfeitamente nesta definição, pois envolve alterações nos mecanismos do corpo relacionados com a energia, o apetite e o armazenamento de gordura.

Tal como acontece com outras doenças crónicas, como a diabetes ou a hipertensão, a obesidade também requer um diagnóstico médico adequado e um tratamento especializado. No entanto, muitas vezes, o seu impacto é subestimado e o acompanhamento médico é insuficiente. Mas, se procuramos apoio médico para doenças como a diabetes ou hipertensão, por que não fazemos o mesmo com a obesidade?

Causas da obesidade

A obesidade é frequentemente explicada de forma simplista como um desequilíbrio energético, em que o consumo de calorias supera o gasto pelo organismo. No entanto, as causas desta doença são bastante mais complexas, resultando de uma interação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Por exemplo, algumas evidências apontam para características hereditárias que interferem nos mecanismos do corpo responsáveis pelo metabolismo e pela regulação do peso. Saiba mais sobre as causas da obesidade aqui.

Como saber se vive com obesidade?

Para obter um diagnóstico formal, é essencial conversar com o seu médico. No entanto, existem formas simples de avaliar se vive com obesidade: calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) e avaliar a Relação Cintura-Altura (RCA).


Índice de Massa Corporal

O IMC é uma ferramenta que mede a relação entre a altura e o peso. Estes são os parâmetros:

  • Baixo peso: IMC abaixo de 18,5.
  • Peso corporal normal: IMC entre 18,5 e 24,9.
  • Excesso de peso: IMC entre 25 e 29,9 kg/m².
  • Obesidade Classe I: IMC entre 30,0 e 34,9 kg/m².
  • Obesidade Classe II: IMC entre 35,0 e 39,9 kg/m².
  • Obesidade Classe III: IMC superior a 40 kg/m².
     

Descubra o seu IMC e os riscos para a sua saúde


Se os resultados indicarem excesso de peso ou obesidade, é recomendável complementar a avaliação com a Relação Cintura-Altura para entender melhor os riscos associados.



Relação Cintura-Altura

A Relação Cintura-Altura é calculada dividindo o perímetro da cintura pela altura e pode indicar o risco cardiovascular relacionado com a distribuição da gordura no corpo.

Calcule a sua Relação Cintura-Altura

Métrico Imperial
Métrico / Imperial

Se os resultados causarem preocupação, procure o apoio de um médico para ter acompanhamento adequado.
 

Sintomas e Complicações da Obesidade

O excesso de gordura corporal é o sinal mais evidente da obesidade, mas os seus impactos vão muito além do que se vê. A obesidade faz-se sentir nas tarefas do dia a dia, tornando momentos simples em grandes desafios. Subir umas escadas pode parecer difícil, uma caminhada com amigos pode deixar-nos sem fôlego e brincar com os filhos pode gerar frustração, por não conseguirmos acompanhar o ritmo. Estas dificuldades podem levar à sensação de que as pequenas alegrias da vida estão perto, mas fora de alcance.

Além do impacto nas rotinas diárias, a obesidade aumenta o risco de muitos problemas de saúde que afetam praticamente todos os sistemas do corpo. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Sensação de falta de ar ou dificuldade em respirar durante a prática de atividade física.
  • Sudorese intensa, mesmo em situações de pouca atividade.
  • Cansaço frequente e persistente, mesmo após períodos de descanso.
  • Apneia do sono e outros problemas respiratórios associados.
  • Dores nas articulações, especialmente nos joelhos e na região lombar.
  • Acumulação de gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática.
  • Maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
  • Problemas de fertilidade, como síndrome do ovário poliquístico (SOP).
  • Baixa autoestima e dificuldades relacionadas com a autoconfiança.
  • Impactos emocionais, incluindo sintomas de depressão, ansiedade e outros transtornos do humor.

Reconhecer os sintomas e as complicações associadas à obesidade é um passo fundamental para pedir ajuda e melhorar a sua qualidade de vida. Se identifica alguns destes sintomas ou já enfrenta alguma destas complicações relacionadas com o excesso de peso, procure orientação médica.

 

Dê o primeiro passo

Gerir o peso não tem de ser um caminho solitário

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Tratamento da obesidade

Como vimos, a obesidade é uma condição crónica e complexa e, por isso, requer uma abordagem personalizada e sustentada por evidência científica. Embora não exista uma solução única para todas as pessoas que vivem com obesidade, estudos identificam três pilares fundamentais no seu tratamento: mudanças comportamentais, terapias farmacológicas e intervenções cirúrgicas. Descubra mais aqui!

Explorar as opções disponíveis junto do seu médico é essencial para definir a estratégia mais adequada às suas necessidades e objetivos, garantindo um acompanhamento direcionado e eficaz.

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Artigos relacionados

Referências
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