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A obesidade é frequentemente mal interpretada e rodeada de estigma, tanto na escola como no trabalho e até nos contextos de saúde. Reavaliar os cuidados relacionados com a obesidade implica encarar a perda de peso como apenas um dos vários resultados de uma abordagem holística e personalizada para esta doença. Esta perspetiva pode contribuir para que as pessoas que vivem com obesidade cuidem da sua saúde, em vez de se preocuparem apenas com a perda de peso.
A obesidade não se resume apenas ao ganho de peso. Trata-se de uma doença crónica e recidivante que pode aumentar o risco de mais de 200 complicações metabólicas, físicas e mentais, como hipertensão, osteoartrose e depressão, entre outras. Portanto, uma gestão eficaz da obesidade não deve centrar-se apenas na perda de peso. Para além da redução do peso, um cuidado adequado da doença pode ajudar a tratar as complicações de saúde associadas.
Um risco elevado de hipertensão e colesterol alto são apenas alguns exemplos das complicações metabólicas relacionadas com a obesidade. Pressão arterial e níveis de colesterol elevados podem aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). O cuidado na gestão da obesidade foca-se, também, na redução da pressão arterial e dos níveis de colesterol para valores normais, ajudando assim a diminuir os fatores de risco associados às DCV.
Saiba mais no artigo A obesidade aumenta o risco das doenças cardiovasculares?
A saúde das articulações pode ser comprometida, surgindo como uma complicação física resultante da obesidade. Esta condição pode aumentar o risco de osteoartrose, uma doença que provoca a degradação da cartilagem entre os ossos, levando a articulações rígidas e dolorosas, o que afeta a mobilidade. Tal como já foi mencionado, uma gestão adequada da obesidade não se resume apenas à perda de peso, mas também procura reduzir a pressão ou o stress sobre as articulações, auxiliando assim na diminuição do risco de osteoartrose entre as pessoas com obesidade e melhorando a sua saúde global.
A saúde mental é, muitas vezes, afetada negativamente pelo estigma associado à obesidade, levando a condições como depressão e ansiedade. De facto, um estudo revelou que adolescentes com obesidade têm um risco 40% maior de desenvolver depressão. Os problemas de saúde mental são, às vezes, ignorados porque são geralmente invisíveis. No entanto, um cuidado holístico da obesidade vai além das implicações físicas da doença, colocando ênfase na saúde mental e no bem-estar.
Uma abordagem completa ao tratamento da obesidade, em vez de se focar unicamente em metas como a perda de peso, considera outras melhorias na saúde, como a qualidade do sono, o bem-estar emocional e a autoestima, indicadores estes que podem motivar as pessoas que vivem com a doença. Reconhecer e celebrar estas conquistas, pode mostrar que é possível alcançar melhorias em saúde.
Encontrar um bom plano de cuidados para a gestão da obesidade envolve, frequentemente, uma abordagem multidisciplinar, com uma equipa de diferentes profissionais de saúde. Esta pode incluir médicos, enfermeiros, profissionais de farmácia, nutricionistas e psicólogos. Juntos, podem ajudar a estabelecer um plano de gestão da obesidade, com base em objetivos de saúde. Alguns tratamentos baseados em evidências que podem ajudar as pessoas com obesidade a gerir proativamente a sua saúde incluem:
Gerir o peso não tem de ser um caminho solitário
Ao fornecer as ferramentas adequadas, apoio e orientação, a prestação de bons cuidados de saúde para a obesidade pode ajudar as pessoas que vivem com esta doença a melhorar as complicações relacionadas com a saúde metabólica, física e mental. Reconceber o cuidado da obesidade como algo mais do que apenas a perda de peso, na perspetiva das pessoas que vivem com obesidade, dos profissionais de saúde e da sociedade em geral, é um passo importante para que as pessoas com obesidade recebam os melhores cuidados, sem preconceitos ou estigmas.
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